O Conselho de Administração do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF) revogou o auxílio financeiro concedido para diretores. A verba de representação, que chegava a R$ 6 mil, tinha objetivo de apoiar a cúpula da entidade para custeio de plano de previdência privada, seguro de vida, plano de saúde, internet e telefone celular.
O benefício teve má repercussão e foi alvo de reclamações no Tribunal de Contas do DF (TCDF) e na Justiça, que determinaram a suspensão do auxílio.
Na segunda-feira (30/8), o Conselho de Administração do Iges-DF revogou, por unanimidade, a resolução que criou a verba de representação.
Presidente do colegiado, o general Manoel Luiz Narvaz Pafiadache assinou, na quarta-feira (1/9), o documento que acaba com o benefício. Pafiadache foi nomeado secretário de Saúde do DF na sexta-feira (27/8). Com o cargo de chefe da pasta, ele assume também a função de presidente do Conselho de Administração do Iges-DF.
Na semana passada, o TCDF atendeu uma representação do Ministério Público de Contas e determinou a suspensão da ajuda de custo. A procuradora Cláudia Fernanda apontou, no documento, que não houve definição de critérios para o pagamento do auxílio, que tem caráter indenizatório.
Segundo a procuradora, a medida supostamente infringe “os princípios da eficiência, da moralidade e da publicidade”, diante da suposta falta de cumprimento de medidas de contenção diante das crises financeira e de gestão do instituto. Recentemente, o instituto repactuou as suas dívidas e precisou de aprovação de crédito suplementar no valor de R$ 107,5 milhões para pagar sua folha de pessoal.
A Justiça do DF deferiu um pedido de urgência feito pelo Sindicato dos Médicos do DF (SindMédico-DF) e também suspendeu o pagamento de ajuda de custo.
Segundo o presidente do SindMédico-DF, Gutemberg Fialho, o Iges-DF consome um terço das verbas do Fundo de Saúde do DF. Fialho afirmou que a entidade tem uma dívida de R$ 370 milhões e ainda aguarda mais R$ 610 milhões de repasses em 2021.
