Comissão do Congresso alerta para risco de cepa indiana chegar ao DF

226

comissão mista do Congresso Nacional que acompanha as ações criadas de combate ao coronavírus no Distrito Federal alertou, nesta segunda-feira (31/5), sobre o risco iminente da chegada da nova variante indiana da Covid-19 na capital federal.

O maior problema, segundo os integrantes da comissão, é a falta de barreiras sanitárias para entrada de pessoas de outros estados no DF e a ausência de planejamento específico para blindar o possível contato de brasilienses com essa que é considerara uma mutação ainda mais infecciosa.

“Nosso risco é alto, pois a migração e as viagens temporárias de todas as regiões brasileiras para o DF são constantes e numerosas”, afirmou o senador Izalci Lucas (PSDB-DF), durante a reunião do colegiado. De acordo com o parlamentar, os casos recentes da proliferação da variante de Manaus (AM) reforçam a necessidade de medidas urgentes. “Hoje, a variante que predomina no Distrito Federal é a de Manaus. Então, será que não aprenderam nada com essa experiência?”, cobrou o senador.

Há uma semana, o vice-presidente da Câmara Legislativa, deputado Rodrigo Delmasso (Republicanos), também cobrou da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a criação de barreiras para controlar pessoas que saiam do Maranhão com destino ao Distrito Federal. O mesmo documento foi encaminhado ao Ministério da Saúde e à Secretaria de Saúde local.

A Secretaria de Saúde do DF esclarece que, no momento, ainda não há execução de barreiras sanitárias, mas que a pasta continua monitorando todo e qualquer caso suspeito de Covid-19, sendo possível identificar cepas por meio do sequenciamento genético realizado pelo Lacen-DF. Ainda não há registro da nova cepa indiana no DF.

Providências

Recentemente, o médico sanitarista Gonzalo Vecina Neto, professor da Faculdade de Saúde Pública da USP, fundador e ex-presidente da Anvisa, afirmou ao Metrópoles que o Brasil pode entrar em um quadro semelhante ao que a Índia está enfrentando se não tomar providências assertivas e imediatas para conter a variante B.1.617, encontrada pela primeira vez no país asiático.

“Dada a nossa incompetência em diminuir a probabilidade da chegada dela, ou pelo menos retardar, ela chegou. Está se espalhando e mostrou na Índia que tem uma transmissão rápida”, alerta.

A B.1.617 é um dos fatores relacionados ao aumento expressivo de novas infecções na Índia desde o início de abril, levando o sistema de saúde do país ao colapso.

Ela já está em circulação em 53 países, segundo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) publicado na quarta-feira (26/5). No Brasil, há oito casos confirmados, sendo seis em São Luís, no Maranhão, e os outros dois em Juiz de Fora, Minas Gerais, além de um em Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro.