O secretário de Saúde, Osnei Okumoto, alertou nesta segunda-feira (17/5) sobre a possibilidade de uma terceira onda de Covid-19 no Distrito Federal. De acordo com o titular da pasta, os técnicos do órgão devem monitorar as próximas semanas para acompanhar o eventual surgimento de novos casos. O secretário avalia que em função do avanço da vacinação, muitas pessoas estão deixando de lado os cuidados preventivos, como uso de máscaras e álcool em gel, além do distanciamento social, aumentando as aglomerações.
Segundo o secretário de Saúde, pelo menos cinco estados já indicaram a chegada de uma nova onda de infecções. “Observei que cinco estados têm manifestado uma preocupação muito grande com a terceira onda, que é o Amazonas, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Paraíba e Rio Grande do Sul, onde o aumento de casos foi muito grande. A gente tem observado que no Brasil, além da variante P.1 (Manaus), o Espírito Santo já detectou a variante inglesa e também tem outras novas. São casos de paciente que denotam um certo cuidado e uma atenção. Esses estados falam hoje que eles poderão ter até uma quarta onda nos lugares onde já houve a terceira”
Para ele, as celebrações do Dia das Mães também podem contribuir para o surgimento de novos casos. “Isso traz uma preocupação para nós também, uma vez que tivemos o Dia das Mães. Nestes períodos de festividade, a gente observa que as pessoas não têm tido cuidado com o isolamento social”, disse.
Segundo o GDF, houve aumento de 17,2% nas internações de pessoas com a faixa etária entre 30 e 39 anos nos leitos destinados ao tratamento de Covid-19 no Distrito Federal.
Em todas as outras faixas etárias houve queda nos registros nos hospitais da rede de saúde brasiliense.
O secretário de Saúde, Osnei Okumoto, lembrou que das 80 amostras colhidas no Distrito Federal, 100% indicaram ser infecção pela cepa P1, mais conhecida como a variante de Manaus.
O sequenciamento genético é realizado constantemente pela pasta para monitorar o tipo de vírus que circula entre os pacientes atendidos pela rede de saúde local. Nos últimos boletins, o Laboratório Central (Lacen-DF) havia identificado também a presença da variante britânica na capital federal.
Cirurgias eletivas
Okumoto reforçou que deve retomar cirurgias eletivas emergenciais – aquelas consideradas não urgentes, mas necessárias – nos próximos dias. Ele informou que tratam-se de “cirurgia-geral, de hérnia, algumas vasculares que são importantes sem a necessidade de UTIs”, afirmou. Para tanto, o GDF estuda remanejar leitos de Covid-19 para não Covid e, com isso, reduzir a lista de espera, que tem cerca de 2 mil pedidos.
“Toda questão de insumos relativos a cirurgias estão em dia, não haverá falta de insumos, principalmente relativos, a sedativos e também a neurobloqueadores para que essas cirurgias possam acontecer”, frisou.